domingo, junho 15, 2008

Conhecer-me a mim. É o que falta. Sei que posso parar de te odiar, porque nunca tive motivos para o fazer. Já não sinto nada por ti, porque o que sentia era aquilo que me faltava. Faltava-me gostar de mim, ou até amar-me, quem sabe? Faltava-me ter a certeza do que sou e do que quero, e por isso eras tu. Eras tu que me vias, e eras tu que eu via. E não valia a pena. Porque eu nunca iria amar-me. E se eu não me amar plenamente, nunca vou ser capaz de pôr qualquer coisa no seu lugar. É a desorganização da mente e do auto-conhecimento que precisa de ser coreografada com o mundo em geral. Não encaixo, não neste mundo pelo menos. Sinto que não pertenço a lugar nenhum, mas já não és tu que me faltas. Falto eu. Falta-me descobrir o que sou, onde estou e onde quero ir. Falta-me lutar e dar o máximo. Falta-me querer muito chegar onde puder chegar. Falta-me ser em plenitude, para poder dar um passo em frente. E às vezes penso que falta tão pouco que avanço sem medo. E um enorme abismo se levanta na minha frente, mostrando a distância destes mundos tão paralelos. E sei que vale a pena seguir nessa mesma direcção, porque depois do abismo vem a bonança, e por instantes sinto que estou outra vez tão perto. Não importa quantos segundos dura esta espécie de felicidade, dura o tempo estritamente necessário para me deixar respirar.

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Ana Rita disse...

Gostei muito do texto até pk de certa forma identifico me com ele. Espero que te encontres rapidamente e consigas ser feliz todos os dias sem precisares de mais ninguem, só te tendo a ti.